MANUEL RAMOS É, SEM DÚVIDA, UMA DAS ESTRELAS MAIS BRILHANTES DO PANORAMA DO ESQUI NACIONAL E UMA SETA APONTADA AOS JOGOS OLÍMPICOS DE PEQUIM 2022.
Dono de um palmarés que conta com 10 títulos nacionais, em que se destacam dois absolutos de slalom gigante e um absoluto de slalom (na época transacta, de 2018/2019), Manuel distingue-se por ser um embaixador do trabalho de formação da FDI-Portugal, nomeadamente, do programa “Brincar na Neve”.
O próprio Manuel recorda os primeiros passos no esqui, num percurso que começou bem cedo, no seio familiar, na Covilhã natal: “Comecei a fazer esqui em família, aos 3 anos de idade. Aos 7, comecei a treinar com Arménio Matias, em Vale Formoso, ao mesmo tempo que integrei o ‘Brincar na Neve”, programa em que participei até aos 11 anos.”
Enquanto sub-14, deu o primeiro salto internacional, com alguns estágios de pré-temporada na Áustria, com o clube de esqui La Covatilla, de Béjar), tendo-se estreado com o as cores nacionais no Troféu Borrufa, em Andorra e no Troféu La Scara, em Val D’Isère, nos Alpes franceses.
De lá para cá, o treino tornou-se mais intenso, tendo começado a treinar todos os dias aos 16 anos, num esforço pensado com um objetivo muito concreto: os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, em Pequim.
“Desde os 8 anos que sonho com os Jogos Olímpicos de 2022. E sinto que está perto de acontecer”, Manuel Ramos, justificando: “Este ano já tive resultados dentro da janela de qualificação olímpica, o que retira alguma pressão pois confirma que estou a treinar bem, e como ainda tenho temporada e meia [a qualificação arranca em Julho de 2020] , acredito que consiga entrar dentro da qualificação. O mínimo está estabelecido nos 160 pontos e neste momento tenho 145, o que significa que estaria qualificado se o processo acabasse agora.”
Manuel é um atleta que representa uma geração especial para o esqui nacional e que mostra bem o trabalho desenvolvido pela Federação de Desportos de Inverno-Portugal nos últimos anos, como o próprio assume: “Não temos atletas de geração espontânea, somos todos frutos do trabalho e do investimento. Não podemos negar que mais investimento traz mais resultados. E a verdade é que a FDI tem feito um trabalho exemplar.”
Mas se reconhece o trabalho da Federação, Manuel Ramos não se esquiva à responsabilidade pessoal no desenvolvimento do esqui no nosso país: “Quero ser um exemplo, mas não tanto pelos resultados mas pelo trabalho e pelo projeto que tem quase 10 anos.”
Trabalho intenso e organizado que, todavia, foi brutalmente interrompido pelo advento da pandemia de COVID-19 que paralisou o Mundo e surpreendeu a Seleção Nacional de Esqui Alpino em pleno Mundial, na Noruega.
“Foi um grande choque ver tudo interrompido a meio da temporada e ter de voltar a casa. No Mundial, acordei no dia da prova e vi comunicados no telefone a informar que não havia prova. Foi uma desilusão para todos mas agora, em casa, sem poder esquiar tenho tentado manter-me em forma com as ferramentas ao meu dispor e esperar que isto passe rápido para poder fazer a pré-temporada no verão”, conta a esperança olímpica nacional, confessando algumas dificuldades anímicas: “Psicologicamente, é complicado gerir isto mas temos de cumprir com o que é pedido e ter confiança que tudo vai passar.”
PALMARÉS
- Campeão nacional absoluto slalom (2018/2019)
- Bicampeão Nacional Absoluto slalom gigante (2016/17 e 2017/18)
- Vice-campeão nacional Absoluto slalom (2017/18)
- Campeão nacional slalom sub-18 (2018/19)
- Campeão nacional de slalom gigante e slalom sub-16 (2017/18)
- Representou Portugal nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Lausanne (2020)
- Representou Portugal no Festival Olímpico da Juventude Europeia de Sarajevo (2019)
- Representou Portugal nos Campeonatos do Mundo Júnior de Esqui Alpino de Val di Fassa (2019)